A vocação turística do Douro

14-04-2014 16:01

A ideia de que o Douro Património Mundial deve ser promovido como destino turístico tem sido uma ideia defendida de modo persistente e permanente por nós.

Assim, pensamos que o rumo, no momento actual, para a região do Douro, deve orientar-se em torno do desenvolvimento do turismo paisagístico, cultural e religioso.

 Contudo, este propósito está longe de ser uma prioridade e um claro desígnio do poder a nível nacional e mesmo do poder local da região. É que o turismo só pode constituir-se como um factor de desenvolvimento se eventualmente contribuir para a superação das assimetrias entre o interior e o litoral e se o trabalho a desenvolver for realizado em perfeita articulação entre o poder central e local e destes com as instituições, empresas, comércio da região e as populações, o que infelizmente nem sempre acontece.

Deste modo, para que o Douro e outras regiões mais periféricas possam vir a potenciar-se e a mostrar-se, é necessário modificar pensamentos e práticas. O simples facto de se encontrar um largo consenso quanto à importância do turismo na criação de riqueza não é suficiente, quando por outro lado se assiste à ausência de uma prática consentânea com a assumpção desse valor.

Com efeito, vários desafios se colocam, se pretendemos adoptar o sector do turismo como essencial no caminho do progresso de um concelho. São necessárias políticas com sequência no espaço e no tempo, estruturalmente bem concebidas e em harmonia com outros domínios, nomeadamente as acessibilidades e os transportes, a cultura e o património, a hotelaria e a restauração, o comércio e os serviços e a formação profissional.

É essencial que todos os organismos públicos e privados, sociedade civil e associações de vários domínios reajam e demonstrem mais audácia, poder de iniciativa e espírito empreendedor, abandonando a lamúria e o queixume habituais.

Na verdade, somos um país com muitos espaços de vocação turística e com notáveis potencialidades, a que é fundamental começar a dar a máxima atenção e pensar em trabalhar de forma sistémica, holística e sustentável.

 

Manuel António Rebelo Ferreira

Presidente da Comissão Política do PS